Rótulos: tô fora

"Era uma vez, uma pata que botou vários ovos. Todos eles eram muito bonitinhos, mais só um ovo era meio feio. Quando todos os patinhos nasceram, esse patinho dono daquele ovo feio não queria nascer. Ele demorou muito, mas quando ele saiu do ovo, mamãe pata levou muito susto quando viu que ele era mais feio, maior e mais desengonçado que os outros patinhos. Então, seus irmãos o apelidaram de patinho feio. Ele sempre ficava pra trás, quando ia nadar ele era o último, passear sempre ficou por último. Com isso, ele se sentia descriminado por sua própria família. Até que sua mãe foi pra uma fazenda, onde eles ficaram morando. Lá tinha vários animais, que quando passavam perto do patinho chingavam ele. O patinho era muito infeliz. Quando ele cresceu, e ficou jovem, resolveu fugir de casa. Em uma noite, pegou suas roupas arrumou suas trouxinhas e foi embora pra nunca mais voltar naquele lugar onde ele era tão humilhado e mal-tratado. Ele chegou perto de um lago onde tinha vários cisneis, e então ele ficava imaginando como seria bom se ele fosse bonitos iguais a eles, foi quando ele viu sua imagem refletida no lago. Ele era sim um deles. Finalmente ele havia se encontrando: ele não era um patinho feio, mas sim um lindo cisnei."

 

Difícil não conhecer a história do patinho que foi rejeitado pelos outros patos por não se encaixar nos padrões, e que depois encontra seu lugar. 

Sempre me identifiquei com o tal patinho que nunca foi pato, justamente por saber que eu não era uma pato. Por mais que me dissessem que eu era um pato, que deveria me comportar como um pato, que aqueles não eram modos de um pato comportado...nunca me senti e nunca quis ser aquele tipo de pato. Mas então quem era eu? Um cisnei? Muito menos!!! Se pra pato eu não servia imagina pra cisnei! Toda aquela imponência, aquela beleza, aquela elegância... definitivamente não era eu!

 

E esse impasse me atormentou durante boa parte da minha vida. Na verdade, foi preciso renascer para entender que eu nunca fui pato nem cisnei, eu sempre fui EU. Simples assim e ao mesmo tempo complexo assim. EU nunca me encaixei em padrões esperados para gostos, roupas, brincadeiras e até mesmo profissão esperada para homens e mulheres. E essa sempre fui EU, aquela que odeia padrões preestabelecidos, travestidos de preconceito. Por que vestir rosa se eu sempre preferi azul? Por que brincar com boneca se jogar bola é muito mais legal? Por que engenharia não é curso de mulher???????????? 

 

Hoje eu sei que é fundamental saber quem somos, do que gostamos, do que não gostamos, o que queremos, quais nossas habilidades, quais nossas fraquezas. A única pessoa que pode tomar decisões na sua vida é você. Assuma a responsabilidade sobre sua vida. Empodere-se. Cuide-se. Se valorize, se ame!

 

Se você vive em um meio que te faz sentir um patinho feio, afaste-se. Não deixe que ninguém te diminua e não faça isso com ninguém. Lembre-se que para se destacar não é preciso diminuir ninguém!

A verdade é que seja você um patinho feio, um cisnei negro, um pônei maldito, um ursinho carinhoso ou um lango lango... Seja você! Decida o que tiver que ser decidido conforme as suas convicções. Trabalhe no que você acredita. Amei, brinque, dê muita gargalhada... Seja feliz sempre que possível!