Postagens

Ninguém quer a sua opinião, só sua conivência.

Imagem
Desculpe começar assim, mas eu, você, e qualquer um que você conheça busca por aceitação. Isso não é necessariamente ruim nem bom. Mas esse “modo operante” se intensificou ainda mais em tempos de redes sociais. A maioria das postagens são feitas mostrando momentos felizes, viagens, comemorações... e isso é absolutamente normal. Somos seres sociais, e, portanto, buscamos a admiração dos outros, na intensão de nos destacarmos no grupo. Que atire a primeira pedra quem nunca desejou a amizade do grupinho mais popular da escola, ou, até mesmo ficar invisível, quando aquela criatura “reclamona” se aproximava para contar de sua mais nova dor ou desgraça. Buscamos holofotes e fugimos das sombras. E isso não está certo? Sim e não (como diria um dos meus primeiros mentores na vida). Sim , porque ninguém deseja viver deprimido ou fracassando. E não , porque a vida não é feita somente de alegrias, graças à Deus! Graças à Deus sim! Sabe por que? Porque se tudo que nos acontecesse fosse ...

Tá Tudo Bem Mesmo?

Imagem
Existe um exercício, amplamente utilizado para explorar questões mal resolvidas do passado, onde se sugere que o nosso eu do agora (momento presente), encontre com a criança que fomos um dia. Particularmente, sempre simpatizei com essa técnica e, muitas vezes, apliquei inclusive durante as sessões guiadas de meditação. Muitas questões e insights já sugiram. Escutei diversos relatos sobre cheiros, gostos e sensações emotivas despertadas durante as sessões. Remorsos, mágoas, alegrias, saudades..., mas nunca nada parecido com os relatos transcritos nos comentários de uma post, de uma página de humor.   O que aconteceu foi que ao invés de despertar o senso de humor nos seguidores, esse post se transformou num gatilho para o relato de diversos “avisos” para suas crianças do passado. E não eram avisos do tipo “se alimente melhor”, “estude mais”, “conviva mais com seus pais”... Eram alertas do perigo eminente personificado em vizinhos, parentes, pais de am...

A Monja, o Karnal e o Narciso

Imagem
“O Inferno Somos Nós”. Esse é o nome do livro escrito em conjunto por Leandro Karnal e Monja Coen. Jogo ganho. Deleite garantido. Na verdade minha única crítica é que, uma obra que resulte do encontro de dois seres de tamanho conhecimento, seja tão pequena. Não em conteúdo, mas em extensão. São pouco mais de cem páginas. Basicamente a transcrição de um diálogo entre os autores. Mas rica em valores e “conselhos”. A monja mais pop de todos os tempos, fornece ali o que deveria ser adotado como as bases da boa convivência. Tolerância, respeito, bom senso e muito bom humor. Tudo que se apresenta em escassez no nosso convívio. Os embates nas redes sociais agora se mostram cada vez mais comuns nos grupos de Whatsapp. A chateação que antes se restringia a ter que dar “bom dia’ aos inúmeros grupos e receber fotos e vídeos que acabavam com a capacidade do smartphone, agora vem dando espaço às discussões. Grupos da escola, da faculdade, do condomínio, dos pais dos colegas de escola dos...

Lá vem o pato, pata aqui, pata acolá...

Imagem
"Era uma vez uma pata que colocou vários ovos. Destes ovos nasceram lindos patinhos, com exceção de um, que não era só feio, mas era maior e mais desengonçado que os outros. Então, seus irmãos, o apelidaram de patinho feio. Ele não conseguia se encaixar naquela família e ele ficava cada vez mais infeliz. Quando cresceu, e ficou jovem, ele resolveu fugir de casa. Então, em uma noite, pegou suas trouxinhas e foi embora. Ele chegou perto de um lago onde existiam vários cisnes, e então ele ficava imaginando como seria bom se ele fosse bonitos como eles. Foi quando ele viu sua imagem refletida no lago. Ele era um deles. Finalmente ele havia se encontrando: ele não era um patinho feio, mas sim um lindo cisne."   Sim, a história do Patinho Feio. Uma das tantas histórias que permearam minha infância, mas, sem dúvida, a que mais me chamava atenção. Isso porque eu me sentia o próprio patinho feio. Diferente de todos. A peça que não se encaixava, e que cada vez mais se reco...

até que eu decidi...

Imagem
    Tomar uma decisão. Essa sempre foi uma das tarefas mais difíceis na minha vida. Ter que fazer uma escolha, sem exagero, me amedronta até hoje. E isso vai desde as escolhas mais simples, até as mais arriscadas.   Desde criança as escolhas me assustam. No fundo, existia uma vozinha na minha cabeça que insistia em repetir que "eu não tinha sorte", que só fazia escolhas erradas, que se existissem duas alternativas, com certeza, eu iria optar pela ruim. O tempo foi passando e cada vez mais eu me convencia que sorte não era para mim, afinal nem rifa eu ganhava (como se eu nem comprava rifa?). Cada vez que me encontrava frente a uma escolha, que eu julgava ser importante, o medo e a certeza de que eu faria besteira tomavam conta de mim.   Se o tempo não estivesse ensolarado, logo vinha a dúvida de levar ou não o guarda-chuva. Mas é claro que se eu não levasse iria chover torrencialmente, então, com o tempo, a sombrinha ganhou "cadeira cativa" na minha...

Precisamos falar sobre Burnout

Imagem
A síndrome do esgotamento profissional, mais conhecido como burnout, tem ganhado cada vez mais as manchetes nos dias atuais. Profissionais sobrecarregados por prazos, resultados, acúmulos de tarefas, relacionamento ruim com colegas e chefias, falta de tempo, má qualidade de vida (saúde, emocional), entre outros, sentem cansaço físico e mental, falta de energia, sensação de incompetência, sintomas depressivos... Enfim uma tempestade interna, que muitas vezes nem é identificada por quem está à sua volta.   Nesse turbilhão, a parte mais primitiva do nosso cérebro entra em ação, e tendemos a agir pelo impulso de luta ou fuga. Lutamos pela sobrevivência ou fugimos. Fugimos de diversas formas. Há quem fuja pela sobrevivência, há quem fuja da realidade, há quem fuja da vida.         Nem sei dizer quantas vezes me senti exausta, irritada, com vontade de sumir, de ter um acesso de raiva. Não tenho ideia do número de vezes que me senti ...

O que você vê?

Imagem
Na minha opinião, enxergar ou simplesmente olhar algo são coisas completamente diferentes. Pois com exceção dos 39 milhões de pessoas com deficiência visual existentes no planeta, os demais tem o privilégio de olhar as coisas ao seu redor. Mas isso não quer dizer que esses enxerguem a natureza do que acontece no decorrer da vida. E nisso reside um tremendo desperdício.   A visão compõe um dos nossos cinco sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato), que nada mais são do que canais, através dos quais se pode perceber o mundo.   Os olhos constituem o principal órgão da visão. O portal através do qual as imagens adentram nossa mente, para que posteriormente sejam processadas pelo nosso cérebro. E esse processamento nada mais é do que uma interpretação, feita pelo nosso modelo mental, daquilo que estamos vendo. E é aí que as imagens ganham significado, de acordo com nosso "jeito de ver o mundo".     Você já deve ter ouvido falar...